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Hospitais universitários ficaram à beira do colapso durante enchentes no RS

Gestores de unidades referências para regiões do interior do Rio Grande do Sul compartilham experiências em congresso

Por Micael Olegário | ODS 3 • Publicada em 3 de junho de 2025 - 09:51 • Atualizada em 5 de junho de 2025 - 10:21

Hospital da FURG ficou cercado pela água da Lagoa dos Patos em maio de 2024 (Foto:Divulgação/EBSERH – 17/05/2024)

Hospitais fechados e debaixo d’água protagonizaram algumas das imagens mais impactantes do desastre socioambiental no Rio Grande do Sul. A região metropolitana de Porto Alegre foi a mais atingida, com diversas unidades básicas de saúde (UBSs) inundadas, como o Hospital Mãe de Deus, na capital, e o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas. Enquanto isso, no interior do estado, hospitais universitários de referência para milhares de pessoas ficaram próximos do colapso. 

Leia mais: Como as catástrofes climáticas afetam serviços e profissionais de saúde

Levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que mais de 3 mil estabelecimentos de saúde foram atingidos no RS, o que inclui hospitais, postos de saúde, farmácias e clínicas privadas. As experiências na gestão da crise foram tema de uma das mesas do Congresso Brasileiro sobre Catástrofes Climáticas (ConBrasCC), evento realizado em Santa Maria (RS) de 29 a 31 de maio.

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Uma das primeiras unidades de saúde a ser afetada pelo desastre foi o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Ainda em abril, a instituição sofreu danos em sua estrutura por conta das fortes chuvas. “De um dia para o outro, nós tínhamos o bloco cirúrgico e o hall de entrada alagados”, conta Humberto Moreira Palma, superintendente do HUSM.

As chuvas extremas também causaram estragos nos telhados da UTI Pediátrica e da UTI Neonatal da instituição que é referência para 45 municípios e 1,2 milhão de pessoas na região Central do RS. “Tivemos que reestruturar em poucas horas todo o hospital, manejar pacientes e suspender cirurgias eletivas”, explica Humberto. Maior hospital do interior, o HUSM atende 44 especialidades médicas e conta com 380 leitos, capacidade que teve de ser reduzida no período.

Não temos notícia nenhuma de, se isso acontecer de novo, que medidas podem diminuir o impacto, como zonas de contenção e proteção. Essa é a grande dúvida

Fábio Aguiar Lopes
Médico e gestor do HU-FURG

Além do prédio da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), outras duas instituições do mesmo modelo foram impactadas pela catástrofe climática, o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) e o Hospital Universidade Dr. Miguel Riet Corrêa Jr., da Universidade Federal de Rio Grande (HU-FURG). Todas as três instituições são geridas pela Rede EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

Em comum, as três unidades enfrentaram o duplo desafio de atender vítimas do desastre socioambiental e oferecer e aos profissionais de saúde, também afetados e muitos isolados. Além disso, por conta de problemas nas estradas, principalmente de ligação com a capital Porto Alegre, os hospitais tiveram que lidar com a interrupção no fornecimento de insumos.

Foto colorida de Fábio Lopes em apresentação durante o Congresso Brasileiro sobre Catástrofes Climáticas na UFSM.
Fábio Lopes apresentou desafios enfrentados pelo hospital que fica a 50 metros da laguna dos Patos (Foto: Divulgação/EBSERH)

Vulnerabilidade exposta

Localizado às margens da Lagoa dos Patos (na verdade, uma laguna por onde as águas dos rios gaúchos escoam para o Oceano Atlântico), o HU-FURG ficou totalmente isolado. No auge da crise, o prédio ficou a 10 centímetros de ser invadido pelas águas. “Os os do hospital foram impedidos, era só de barco”, relembra Fábio Aguiar Lopes, médico e gerente do hospital.

A incerteza com relação ao nível que a água chegaria fez, inclusive, com que a instituição fosse evacuada no dia 17 de maio do ano ado. O retorno só foi possível em 7 de junho. “Foi uma experiência bastante traumática, estressante e difícil para toda a comunidade do hospital”, pontua Fábio. Segundo ele, muitos servidores perderam as casas e ficaram desalojados.

O gestor compara o desafio das enchentes com a experiência da pandemia, condensada em cerca de 30 dias. Fábio também cita a preocupação com o futuro e novas enchentes. “Não temos notícia nenhuma de, se isso acontecer de novo, que medidas podem diminuir o impacto, como zonas de contenção e proteção. Essa é a grande dúvida”, afirma o médico.

Foto colorida da UTI Pediátrica do HUSM após reabertura em agosto
UTI Pediátrica do HUSM durante reabertura em agosto, mais de três meses após danos por chuvas extremas (Foto: Divulgação/EBSERH – 22/08/2024)

Logística e futuro

Engenheiro de segurança do trabalho no HU-UFpel, Felipe Camerini revela que quando as notícias sobre a inundação de Porto Alegre chegaram, a cidade de Pelotas começou a se preparar para os possíveis impactos das águas do Guaíba. Por conta da geografia do RS, os rios de boa parte do estado desaguam na Lagoa dos Patos.

“Nós sabíamos que essa água chegaria em Pelotas mais cedo ou mais tarde”, pontua Felipe. Diferente de Rio Grande, o hospital universitário da UFPel não chegou a sofrer diretamente com o risco de inundação. Para o engenheiro, os maiores desafios foram o risco de desabastecimento e o impacto do desastre na comunidade, incluindo os profissionais de saúde da instituição.

Planejamento e preparação para outras contingências são palavras que permeiam os relatos dos três gestores e não por acaso. Diversos estudos colocam o Rio Grande do Sul na rota dos desastres, devido às mudanças climáticas causadas pela ação humana no planeta. “Esse congresso é importante para refletir sobre o tema e também provocar as pessoas que estão no comando para pensar em uma estrutura de proteção”, aponta Fábio Lopes. 

Micael Olegário

Jornalista formado pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Gaúcho de Caibaté, no interior do Rio Grande do Sul. Mestrando em Comunicação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Escreve sobre temas ligados a questões socioambientais, educação e ibilidade.

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